Manutenção na AMAN

Um espaço cultural a céu aberto e considerado a porta de entrada para um dos cartões postais mais visitados do Brasil. Estamos falando do grande acervo de objetos artísticos e históricos da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).

Itens que datam do final do século XIX e início do século XX. Canhões e Carros de Combate de origem alemã, francesa, norte-americana e britânica seguem expostos na AMAN, há décadas.  Dessa forma, a manutenção torna-se fator fundamental para a preservação do patrimônio histórico e da memória.

Por isso, no período de 28 de junho a 16 de julho, a Divisão Logística (Div Log) da Academia realizou o trabalho de lixamento profundo e a pintura de 27 peças históricas (armamentos e viaturas blindadas), distribuídas pela Avenida do Exército e também em frente ao Pavilhão Pratti de Aguiar.

A ação proporcionou uma melhora na apresentação da fachada da AMAN, sendo alvo de destaque para as pessoas que adentram à instituição  todos os dias, não somente militares e funcionários como também os visitantes. É mais do que isso, segundo o Assessor Logístico da Diretoria de Material, Coronel Rojo. “Esse tipo de trabalho executado torna-se uma referência para o cadete, que irá sair daqui com esse belo exemplo de limpeza, organização e cuidado com o patrimônio público. E, por sua vez, irá replicar o que viu em outras Organizações Militares as quais vier a comandar num futuro próximo”, afirma.

A manutenção preventiva é mais que recomendável e pode ser definida de maneira periódica. No caso dos blindados, ganham uma revitalização importante e até mais duradoura, já que foi feito o lixamento, o que faz com que a pintura fixe de maneira mais consistente. 

Além disso, espaços culturais são promotores da reflexão da identidade,  um verdadeiro elo entre o presente e a recente história do Brasil e do mundo. 

A Exposição a Céu Aberto na AMAN é uma reunião de viaturas, equipamentos e armamentos de valor histórico, que precisam ser adequadamente preservados e estarem em condições de serem visitados. Esses itens demonstram fases distintas da adoção, pelo Exército Brasileiro, de Carros de Combate e armamentos muito diferentes dos modernos meios empregados nos dias de hoje. “É fundamental que o público interno veja que já passamos por um longo caminho de aperfeiçoamento desses meios e assim temos condições de ter hoje uma Força Terrestre moderna e em condições de emprego”, afirma o Assessor Cultural da AMAN, Coronel Neves.

O patrimônio histórico demonstra os desafios, acertos e até alguns equívocos. Mas a modernização não significa o distanciamento das referências do passado, mas sim a valorização para que esses novos conhecimentos e técnicas sejam disponibilizados para a sustentabilidade das futuras gerações. “Trata-se de um valioso levantamento para aperfeiçoarmos continuamente nossos processos de modernização da doutrina e, desta forma, termos condições de estarmos sempre a serviço da Pátria”, enfatiza Cel Neves.

Neste contexto, a centenária chegada dos blindados ao Brasil, data esta celebrada em 26 de maio de 2021, foi comemorada pela AMAN. A Academia guarda em seu acervo um exemplar do primeiro modelo dos Carros de Combate, desenvolvidos na 1ª Guerra Mundial (1914-1918), e empregados, em massa, a partir de 1917.  Feito que somente foi possível, graças aos esforços do então 1º Tenente de Cavalaria José Pessôa Cavalcanti de Albuquerque: o tão conhecido Marechal José Pessôa, o idealizador da AMAN. 

 Confira o trabalho de recuperação realizado pela Div Log.

Antes

Depois

Atuação dos militares

Apoio: Cel Rojo e Cel Neves/AMAN