Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Últimas Notícias > Mensagem do Capelão Militar- Pastor Profírio
Início do conteúdo da página
Últimas notícias

Mensagem do Capelão Militar- Pastor Profírio

  • Publicado: Quarta, 04 de Mai de 2022, 11h20
  • Última atualização em Quarta, 04 de Mai de 2022, 11h36
 

  INTEGRAÇÃO: DESBRAVANDO AS FRONTEIRAS DOS RELACIONAMENTOS (Mensagem do Pastor Profírio. Capelão Militar)

Nesta semana celebramos o Dia das Comunicações, assim, quando falamos na Arma de Comunicações é impossível não sermos levados a pensar na figura do seu insigne patrono, o Marechal Rondon. Homem que tem a sua biografia amalgamada à história do nosso Brasil. Rondon se tornou sinônimo de desbravamento. Nascido nos sertões do Mato Grosso, este herói brasileiro ficou marcado por romper fronteiras penetrando nos recônditos mais inóspitos do centro-oeste e norte brasileiros. As suas linhas telegráficas rasgaram os sertões e aproximaram o centro do Brasil de brasileiros e brasileiras que viviam isolados, alheios aos grandes acontecimentos nacionais. Rondon é, portanto, um ícone da integração nacional.

     Integração, aliás, é uma palavra que merece uma atenção muito especial em nossos dias. Diferente dos dias de Rondon em que o telégrafo, um importante meio de comunicação da época, era fator primordial na interligação dos núcleos urbanos e, consequentemente, aproximação das pessoas, hoje os meios de comunicações, conquanto tenham diminuído as distâncias, parecem ter-nos legado como efeito colateral o distanciamento dos homens. Em pleno século XXI, na chamada Era Digital, quando se dizia que o homem caminharia em direção à sua evolução, notamos que as relações sociais parecem estar se desintegrando. Seja na esfera profissional ou na esfera familiar, a maneira como as relações se dão em nossos grupos de interesse determinará o nosso sucesso ou fracasso.

     As mídias sociais, que tanto nos auxiliam dando visibilidade aos nossos trabalhos, permitindo-nos tomar conhecimento dos fatos em uma velocidade jamais imaginada há cinquenta anos, ofertando-nos a custo zero conhecimento que em muito excede a tão cobiçada Enciclopédia Barça das nossas infâncias, agilizando e democratizando a comunicação, dentre outros benefícios, pode também ser uma das causas do isolamento e fragilização do indivíduo. Não é raro testemunharmos, por exemplo, uma família assentada à mesa de um restaurante, um cenário que no passado evocava a imagem de comunhão e partilha, onde cada um dos membros estão interagindo com os seus smartphones, enquanto um silêncio sepulcral impera ao redor da mesa. Também não é de se admirar colegas de trabalho que são tão desenvoltos e expansivos nos grupos de WhatsApp, mas que pessoalmente se cruzam e mal trocam mínimas palavras de educação.

     Toda esta realidade advoga contra a integração dos homens. A integração é uma dinâmica social constituída de processos que buscam estabelecer o diálogo e a existência de relações cordiais e de mutualidade entre os indivíduos. Esta dinâmica inclui aceitação e senso de pertença a um grupo. Conforme asseveram estudos: “A exclusão provoca sentimentos negativos em indivíduos ou comunidades. Assim, será menos provável que existam relações pacíficas entre membros das comunidades” (www.universia.net). Fato é que a desintegração das relações humanas tem levantado muros e aprisionado pessoas nas frias celas do isolamento social.

     Para combatermos esta tendência devemos agir como verdadeiros desbravadores, cercando-nos de recursos que nos permitirão romper as fronteiras do isolamento. A nossa Academia pensada como um grande grupo social ao qual denominamos Família Acadêmica é, por assim dizer, uma grande fraternidade. Somos diversos em gostos, culturas e credos, contudo, somos semelhantes em missão e modo de vida, os quais são-nos impostos como peculiaridades da vida militar. Assemelhamo-nos na linguagem, nos anseios e nas dificuldades. Nós, os nossos cônjuges e filhos conhecemos a dor e a glória da vida militar. Estas experiências, quando compartilhadas, estabelecem laços perenes e fortalecem o grupo. Se esta é a realidade vivida, torna-se menos pesada a carga diária de todos nós. Particularmente aqui na Academia, temos muitos recursos a serem usados a favor da integração da Família Acadêmica. Temos bons clubes com boas programações, temos diversas atividades religiosas semanais, temos grupos de oração e grupos de ação social para mulheres, temos uma excelente seção de equitação para os nossos filhos, temos confraternizações nos cursos, seções e setores, temos agremiações diversas de Cadetes etc.

     A fim de usufruirmos todos estes recursos com excelência na construção de laços fraternos, multipliquemos três princípios que são fortalecedores dos relacionamentos:

 

1. Busquemos conhecermo-nos uns aos outros – A habilidade no trato das pessoas abre portas e estabelece vínculos afetivos duradouros. Rompamos a barreira do isolamento, conheçamos e nos deixemos conhecer.

2. Disponhamo-nos a servir sempre que necessário – Pessoas costumam tornarem-se amigas sempre que atos de serviço são feitos espontaneamente.

3. Falemos bem uns dos outros – Não há nada mais corrosivo para um grupo do que mexericos, murmurações e dissimulações. A palavra franca é sempre desejável e o elogio verdadeiro oxigena as relações.

 

     Encerro estas palavras com o primeiro verso do Salmo 133, que exalta a excelência da união fraterna: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”. Militemos diuturnamente pela integração das nossas família e equipes, e pelo consequente fortalecimento dos laços fraternos da nossa Família Acadêmica.

 

“No bom combate da fé!”

Pr. Émerson Couto Profírio – Cap

Capelão Militar da AMAN

registrado em:
Fim do conteúdo da página