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Profissão de Pessoas” e Equipes Profissionais

  • Publicado: Quinta, 12 de Mai de 2022, 14h05
  • Última atualização em Quinta, 12 de Mai de 2022, 17h01

Augurando-lhes saúde e paz ao longo desta semana de missões, pedimos ao Senhor dos Exércitos o pleno êxito em seus planejamentos.

Sendo Pai de todos, Deus é o primeiro interessado na consecução do bem comum de seus filhos. 

Que a coragem, o entusiasmo e a felicidade venham a galope até o aconchego de seus lares e familiares, bem como aprimore a perfeição de todas as suas missões nesta semana da Arma de Cavalaria, em nossa varonil AMAN.

Diletos amigos e irmãos, além daqueles episódios que culminaram no famoso Dia da Vitória dos Aliados, 08 de maio de 1945, a história da II Guerra Mundial registra outras glórias parciais, por assim dizer, menos retumbantes, porém indispensáveis, como aquele episódio, em 1943, no qual 11 noruegueses destruíram uma base alemã com 3 mil nazistas concentrados. Foi durante a Operação Gunnerside, em que os aliados planejaram tirar dos alemães o domínio de uma fábrica, em Telemark, no Ártico – onde era elaborada água pesada, o ingrediente essencial para a produção de plutônio1, início do sonho nuclear de Hitler. A primeira opção foi mandar 30 soldados britânicos, mas a GESTAPO matou sumariamente aquela heroica trintena militar.

1 Água pesada, também chamada de água deuterada, é o óxido de deutério de fórmula D2O ou ²H2O. É quimicamente semelhante à água normal, H2O, porém com átomos de hidrogênio mais pesados denominados deutérios, isótopos cujos núcleos atômicos contém um nêutron além do próton encontrado em todos os átomos de hidrogênio. 

Conforme o previsto, os nazistas se protegeram meticulosamente diante das prováveis futuras tentativas de tomada da fábrica, aumentando suas defesas com minas graúdas e destacando seus soldados mais habilidosos para a vigilância da ponte de acesso, única forma normal de entrar no lugar.

Seguindo planos arriscadíssimos, onze noruegueses escalaram os 220 metros da íngreme encosta, ao lado de uma grandiosa queda d’água, para alcançar o nível da fábrica e, lá entrando de fininho, instalaram com sucesso os explosivos. O resultado? Além de detonarem toda a fábrica, obtiveram-se as medalhas merecidas pelos os soldados vencedores e vibrantes. O filme “Os heróis de Telemark” (1965) demonstra como uma boa equipe, de apenas 11 pessoas, pode ser decisiva em momentos cruciais!

Onze noruegueses coesos, sob um mesmo propósito, sustentados pelos mesmos ideais, fizeram a diferença na grande Guerra Mundial.

Precisamos, também nós, em nossa lide quotidiana, valorizar sempre e ao máximo a nossa mútua complementariedade. No mundo da  “hiper conexão das coisas”, dependemos uns dos outros, ainda e sempre mais!

As portas abertas que se nos franqueiam nesta grande Academia ajuda-nos a abrir outras tantas portas para os demais, sem que precisemos despender nosso tempo precioso em escaladas alternativas, uma vez que somos amigos por vocação e irmãos por escolha.

Recentes palavras de nosso prezado Genera Felipe reacenderam em nós a consciência de que, mesmo lidando com armas, viaturas modernas e equipamentos de crescente complexidade tecnológica, vivenciamos uma “PROFISSÃO DEPESSOAS”.

Somos equipes fortes e estruturadas, dentro das quais algumas pessoas exercem a mais alta e nobilíssima liderança e cujas decisões afetam a vida de milhões de outras pessoas, desde aquelas vidas do núcleo familiar do militar até a do mais tímido dos índios nas matas ou a do pobre mais pobre em uma metrópole do país.

O Exército Brasileiro influi na vida de todo filho da Pátria, nossa mãe gentil! Por isso, a “profissão  de pessoas”, vivenciada em “equipes altamente profissionais”, requer, por princípio racional e emocional, a nossa vibração conjunta com nossos pares, e desemboca na preocupação de salvaguardar os subordinados, levando-nos também à máxima eficiência das entregas de bens e serviços a nossos compatriotas brasileiros.

As portas fechadas que eventualmente levamos no rosto dificultam nosso serviço interpessoal em toda a AMAN. Precisamos muito do serviço de liderança oferecido pela autoridade; necessitamos da pronta obediência do subordinado na missão; mas requeremos diuturnamente, sobremaneira, a camaradagem oriunda mentes sinceras, corações francos e portas abertas.

Sabemos que de pouco valem as listas repetitivas de princípios e sugestões que semanalmente, mensagem após mensagem, os capelães apresentamos aos senhores, se os bons resultados não forem também devidamente comemorados. 

Por isso, o capelão partilha aqui a sua alegria e a satisfação de ouvir frequentemente muitos bons elogios deste ou daquele chefe de seção, do líder ali ou do chefe acolá, seguidos do reconhecimento pelo êxito compartilhado após uma atividade ou uma missão. Quando o nome dos senhores é mencionado nas boas conversas, em Resende e fora dela, sabemos que tais elogios e tantos méritos referem-se também à boas equipes que os senhores lideram com exímia fidalguia.

Sempre que podemos, retransmitimos pessoalmente esses elogios aos senhores.

Parabéns! Isso faz cada expediente tornar-se um “dia de vitória” para todos. Quando seus liderados se alinham, sob a liderança de cada um dos senhores, em uma solene Apresentação de Oficiais para autoridades visitantes, por exemplo, sabemos que está ali, em grande parte, o fio de ouro deste rosário de “profissionalismo de

pessoas”, pelo qual realizamos o bom trabalho de cada dia, trabalho que é também uma oração a cada hora, uma humilde prece de cada instante.

Parabéns! 

Nisso se cumpre a palavra de Isaias na Escritura Sagrada que diz: “Um irmão ajuda em tudo ao outro irmão e diz ao seu companheiro: Esforça-te” (Is 41, 6).

Incentivo, portanto, com muita esperança e alegria espiritual, a que cada um dos senhores  continue firme neste espírito de liderança e de vibração constante, tão espontâneo quanto a mocidade de nossos jovens cadetes, cuja vibração é tão forte e corajosa, em uma forma de vibração exemplar e estoica, heroica e empolgante, autêntico esteio daquela “esperança de um Brasil inteligente e da liderança do continente”2, como rezamos na Canção da Academia!

Agradeço aos senhores pela atenção!

Que ao longo desta semana o Bom Deus lhes

conceda as mais almejadas vitórias!

DEUS SEJA LOUVADO
Pe. Uyrajá LUCAS Mota Diniz
2Canção da Academia Militar das Agulhas Negras. Letra do Cadete Antônio de Pádua Vieira da Costa. 

Capelão da AMAN

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