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Mensagem da Capelania Militar (Padre Lucas)

  • Publicado: Quarta, 21 de Setembro de 2022, 14h26
  • Última atualização em Quarta, 21 de Setembro de 2022, 14h30

SOMOS UMA FAMÍLIA DIFERENTE

Mensagem do Pe. Uyrajá LUCAS Mota Diniz - Maj Capelão da AMAN

Na histórica Portaria 650, de 10 de junho de 2016, o General Villas Bôas, então Comandante da Força, estabeleceu o 18 de setembro como “Dia da Família Militar” , entronizando Dona Rosa Maria Paulina da Fonseca na missão de Patrono.

Foi-lhe inaugurado um busto, na formatura de 25 de novembro daquele ano, na Alameda dos Patronos da Vila Militar do Rio de Janeiro, a centenária EsAO. O troféu patronal situa-se defronte ao busto de Frei Orlando, o patrono do SAREx, demonstrando que a vida familiar e a vida religiosa conjugam-se como os dois pulmões espirituais do verdadeiro militar brasileiro, servo de Deus pela fé e soldado herdeiro das tradições de Caxias. A inspiração que se evola da biografia heroica desta “mulher de caráter varonil”, nova “mãe dos sete Macabeus” e “matriarca exemplar”, ajudanos a reconhecer “a importância do espírito de sacrifício e de luta, o qual possibilita aos integrantes da Força Terrestre alcançarem o sucesso pessoal e profissional, com o sentimento do dever cumprido, seja qual for a missão”1 . Nossos familiares formam o melhor substrato motivacional de nossas jornadas e missões! Por todos eles, nossa melhor oração e plena dedicação! Esta data densifica no coração a atmosfera luminosa do patriotismo cívico e restaura em nós o senso de pertencimento a uma ‘família’ realmente diferente. Os cientistas dos conceitos sociais afirmam que, quando pronunciamos o binômio “família militar”, tratamos de uma “categoria nativa”, ou seja, um dos elementos-chave indispensáveis que alicerçam a construção da identidade militar, independente de qual seja o grau hierárquico considerado. Na trincheira ou na seção, somos aquilo que nossa família fez de nós e avançamos até onde temos garantido o seu pronto apoio, provando que a camaradagem e o suporte afetivo ultrapassam, em muitos aspectos, os liames do corporativismo profissional que nos irmana. Como é bom sabermo-nos família profissional, tios e tias de uma “multidão de irmãos e sobrinhos”, crianças, jovens e adultos em cada vila residencial da Força Terrestre! Quem enverga o uniforme militar e cumpre os infindáveis deveres que lhe são anexos, sabe-se mergulhado em uma sociedade plural, complexa, obnubilada pelo multiculturalismo das informações viciantes e das narrativas caudalosas. A família, então, torna-se o lugar privilegiado e indispensável onde aprendemos a filtrar e a processar tantas mudanças. Somos uma família diferente em um mundo cambiante! As sucessivas mudanças de sede, a dificuldade para encontrar trabalho para o “cônjuge não militar” (se é que o encontra); as alternâncias de ambiente escolar dos filhos, cada qual nascido em um Estado da Federação (excetuando os gêmeos) e a enorme gama de aspetos simbólicos e existenciais, segregam-nos das representações do singular de outras famílias tradicionais, e graças a Deus, ainda capazes de manter a unidade de personalidade, sem esquizofrenias sociais.

Por isso, hoje tenho o dever e a alegria de apresentar ou divulgar dois importantes livros que tematizam a “família militar” como objeto de estudos científicos bem mais sérios. Por ordem de lançamento, recomendo-lhes a obra “A FAMÍLIA MILITAR – Transformações e Permanências”, publicado pela FGV, em 2018. São 12 trabalhos científicos, em 218 páginas, organizado por Celso Castro, Doutor em Antropologia Cultural e atual diretor da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas. O segundo tomo intitula-se “A FAMÍLIA MILITAR NO SÉCULO XXI – Perfis, Experiências e Particularidades”, publicados pela Gráfica do Exército, sob a orientação de duas Doutoras: a Dra Sabrina Celestino e a Dra Eduarda Hamann, esposa do Gen Novaes, atual comandante do CML. Dona Eduarda é pesquisadora de tão alto padrão que dispensa elogios e não pode receber adjetivos comuns. Seu livro é uma grande obra de arte! 

As duas obras são mais que LIVROS, são FONTES. Os livros comuns, lidos ou não, terminam por cochilar em pé, numa estante qualquer, no mundo afora. As fontes, ao contrário, continuam sempre disponíveis, borbulhando, emitindo seu som remanso e dirimindo a sede de quem lhe passa perto e se permite delas usufruir e renovar suas ideias e suas forças. Esse par literário é o que temos de mais avançado sobre o assunto; são duas asas para o voo estratégico dos líderes militares no comando de homens livres; servem de inspiração para conhecer e animar cada subordinado e seus entes queridos; ademais, ambas as fontes podem ampliar nossas conversas em almoços festivos e serão úteis subsídios para instrução, educação e ensino nas alas, parques e alamedas da AMAN. Se um Aspirante-a-Oficial já sai da AMAN como responsável direto pelo bem-estar da família militar, julgo que precisa ter algum conhecimento de causa: eis aqui o caminho seguro do saber, porque realmente, somos uma família diferente em mundo mutante! Com esta consciência renovada e gratos pela passagem do Dia da Família Militar, pedimos a Deus que abençoe as nossas famílias, a Guarnição de Resende, as nossas Vilas e a nós todos com muita saúde, proteção e paz. 

DEUS SEJA SEMPRE LOUVADO

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