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Mensagem da Capelania Militar (Pastor Profírio_novembro)

  • Publicado: Sexta, 11 de Novembro de 2022, 10h41
  • Última atualização em Sexta, 11 de Novembro de 2022, 10h41

VIDA ESPARTANA: A SIMPLICIDADE NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

A cidade de Esparta, fundada por volta de 1000 a.C. na Península do Peloponeso, sudoeste da Grécia, ficou conhecida como uma civilização de homens de guerra. Isto se deu em virtude do seu sistema de educação bastante peculiar no qual meninos e meninas eram educados de forma severa e austera com propósitos bem definidos: As meninas eram preparadas para serem mães de guerreiros. Elas eram responsáveis por cuidar da formação dos garotos até os sete anos de vida, não os educando com mimos. Os meninos passavam aos cuidados do estado a partir dos sete anos de idade e eram criados para serem bravos e valorosos. Eles viveriam sem luxo uma vida sobre a base da hierarquia e da disciplina. Aprendiam que um bom guerreiro deveria ser claro e direto no falar, objetivo em suas expressões e leal em seus posicionamentos, não dado a personalismos e disposto a sacrifícios pessoais em favor dos interesses de Esparta. Por tudo isso, a expressão “vida espartana” tornou-se sinônimo de simplicidade. Quando se referia à simplicidade, o espartano aplicava o seu conceito a vida como um todo.

Costumamos falar que a vida do militar é uma vida espartana, pois bem, a simplicidade militar vai muito além da forma severa da sua formação, da austeridade das suas celebrações, da singeleza das instalações militares e do parcimonioso uso dos seus recursos, a simplicidade de um militar também deve ser manifesta nas suas relações interpessoais, em especial no modo como interage com outros militares. Ser espartano no convívio da caserna implica em desenvolver a capacidade de interagir socialmente mesmo quando submetido a pressões. Em outras palavras, o militar deve conservar o tato, a serenidade e a lealdade ainda que seja contrariado, tenha recebido uma ordem mais incisiva ou não tenha conseguido o reconhecimento que julgava merecer. Diante das adversidades peculiares a todo convívio, o espartano desenvolve a habilidade de não se chocar, não decaindo do seu estado de equilíbrio normal e não tomando a situação como uma afronta pessoal.

Ser espartano no trato social é estar sempre disposto a sacrificar-se no altar do altruísmo resistindo ao murmúrio, pois este mau hábito é potencialmente gerador de divisão em qualquer ambiente, sobretudo na tropa. A murmuração, ato de queixar-se de tudo e todos, é desleal, improdutiva, imprudente e impaciente. Vale ao militar, que deseja viver uma vida espartana, o conselho de São Paulo aos filipenses: “Fazei todas as coisas sem murmuração nem contendas, para que sejais irrepreensíveis e sinceros” (Filipenses 2.14). Para isto, alguns princípios podem ser levados em conta e exercitados no dia-a-dia das nossas rotinas com as nossas equipes de trabalho. Agora, passo a apresentá-los:

 

  1. Trabalhe sempre a resiliência, capacidade de resistir às tensões relacionais e aos desgastes sem "deformar-se" ou perder o estado de equilíbrio normal;
  2. Cultive o hábito de examinar-se e aprenda a ler os comentários dos seus companheiros sem tomá-los como algo pessoal nem nutrir ressentimentos;
  3. Desenvolva um olhar positivo e otimista em todas as circunstâncias, mesmo nas mais adversas, reagindo a todas elas de forma eficiente.
  4. Pratique a lealdade. Quando contrariado, seja verdadeiro, proponha, não se oponha. Comentários negativos são desnecessários e desleais.
  5. Foque no cumprimento da missão. O resultado é para a instituição, não para o indivíduo. O trabalho é medido pelo que é feito, não por aquilo que acha que deve ser feito.
  6. Seja sempre prudente e sereno. Agir sem pensar sempre trará graves consequências. Portanto, reflita com serenidade antes de falar ou fazer algo.

 

            Sejamos todos, com a graça de Deus, espartanos, adotando a simplicidade como alma dos nossos relacionamentos interpessoais.

 

            Que o Senhor dos Exércitos nos ajude!

 

 

“No bom combate da fé!”

Pr. Émerson Couto Profírio – Cap

Capelão Militar da AMAN

           

           

 

           

           

 

             

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