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O NATAL E O TEMPO- Mensagem do Capelão Pastor Profírio

  • Publicado: Quarta, 21 de Dezembro de 2022, 11h41
  • Última atualização em Quarta, 21 de Dezembro de 2022, 11h41

O NATAL E O TEMPO

Os dias correm velozmente acelerados pelos incessantes compromissos que devoram as nossas agendas. Os senhores hão de lembrar que nas nossas infâncias a expectativa pelo natal era intensa. O intervalo entre dois natais era de um ano, não este nosso curto e afobado ano do tempo atual, mas um longo ano de trezentos e sessenta e cinco despreocupados dias. Naquelas vidas pueris o tempo parecia ser o nosso amigo, não nos perturbava com as suas cobranças, não nos fustigava com a sensação de que estávamos lhe devendo algo, não nos empurrava para frente furtando-nos a possibilidade de contemplar cada momento do dia. Mesmo os mais levados, viviam as datas especiais do calendário com suficiente serenidade para guardar na memória os detalhes (pessoas, palavras, gostos, cheiros, risos, choros etc.). E quando ia se aproximando o natal as nossas mães retiravam do armário as suas caixas de enfeites natalinos: festões, bolas coloridas, pisca-piscas, guirlandas e a sempre esperada árvore de natal. Por fim, montava-se o presépio. Ao centro, o menino Jesus recebia os cuidados dos seus pais, a virgem Maria e José. Num estábulo lotado de animais o menino Deus era adorado pelos pastores e magos do oriente. No dia de natal a família e os amigos se reuniam ao redor da mesa para a esperada ceia. Antes dos presentes serem distribuídos, uma pausa para as orações e preces e depois a festa da criançada.

Fôssemos criados em lares mais religiosos ou não, o natal sempre era um momento em que os corações pareciam estar mais propensos à contemplação. De uma forma ou de outra todos se permitiam sensibilizarem-se. E assim, porque o amor precisa de tempo, para ser gerado e maturado nos corações, o natal era o tempo adequado para que os laços familiares e fraternos fossem fortalecidos e renovados. Tempo, aliás, que é um elemento basilar na rica mensagem natalina. A pressa dos nossos dias não combina com a paciência do natal. A paciência de um Deus que enviou o seu filho ao mundo quando o tempo estava maduro, conforme escreveu São Paulo: “Vindo na plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” (Gálatas 4.4). A paciência de uma virgem, que ao ser fecundada pelo Divino Espírito Santo, mesmo sem ainda compreender a grandeza do mistério que a envolvera, ousou entregar-se ao tempo de Deus quando afirmou: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra” (Lucas 1.38). A paciência de José que assumiu a missão de cuidar da virgem mãe do Salvador preservando-lhe a integridade e dando ao bebê o seu nome no tempo oportuno (Mateus 1.24).

O tempo preservou esta rica história. História de personagens que viveram o tempo sem pressa e por isso concluíram as suas missões com excelência. Meus caros amigos, o natal é um convite a que o homem examine a sua vida e reflita sobre a administração do seu tempo. As pessoas possuem inúmeros compromissos que as fazem sentir que o tempo é cada vez mais exíguo, assim, numa atitude quase inconsciente, deixa-se para depois tudo que se considera não tão urgentes. E, quando menos se espera, os filhos crescem, vão embora e o lar, agora cheio de espaço, passa a ser ocupado por dois estranhos. O tempo, tão necessário ao fortalecimento dos ternos laços familiares, passou despercebido e diluiu aquilo que tinha tudo para ser uma família. O desejo dos vossos Capelães é que todos celebrem o seu natal respondendo sim ao seu chamado. Um chamado a viver cada momento ao lado daqueles a quem os senhores amam, sem permitir que nada os furte o precioso tempo de qualidade. Um chamado a que o menino Jesus nasça em cada coração e tenha o tempo necessário para crescer em vossas consciências. Natal é tempo de viver bem o tempo!

 

Feliz natal com as bênçãos do Senhor dos Exércitos!

 

“No bom combate da fé!”

Pr. Émerson Couto Profírio – Cap

Capelão Militar da AMAN

 

 

 

 

             

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