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Atrair, Reter e Motivar- Mensagem do Pe. Cap. Militar- Maj Lucas

  • Publicado: Terça, 27 de Junho de 2023, 12h06
  • Última atualização em Terça, 27 de Junho de 2023, 12h06

Mensagem do Capelão da Academia Militar das Agulhas Negras em 26.06.2023 “Perseverei olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao Filho do Homem [...] A ele foram dados império, glória e realeza [...] e o seu reino jamais terá fim”.

No capítulo 7 do Livro do profeta Daniel, encontra-se esta passagem solene e famosa a respeito da vitória final do Santo Messias.

É interessante pelo fato de que o santo varão consagrado só conseguira acessar tamanha visão espiritual por uma causa clara e distinta: “Perseverei olhando sempre a visão noturna”.

Eis tema clássico de saber universal: perseverar até o fim é condição para o êxito em qualquer empreendimento humano de alto valor. Com efeito, “a persistência é a competência para executar uma tarefa e vencer as dificuldades encontradas até concluí-la.

Depende de uma grande determinação e força de vontade. É a perseverança para alcançar um objetivo, mesmo quando os obstáculos são aparentemente insuperáveis. Os subordinados somente terão persistência se cada líder mostrar, com o seu exemplo, como devem ser enfrentadas as dificuldades”.

Constância nos objetivos, paciência para emboscar e garra para entender os acontecimentos da vida em busca de respostas firmes e sadias, são alguns dos anseios da alma que constituem a matéria-prima para as melhores virtudes humanas.

Lembrem-se, por exemplo, das antigas e destacadas guerras brasílicas, “que tanta surpresa e admiração iria causar entre os europeus” nos idos de 1625, quando os lusobrasileiros, na Bahia, organizaram as companhias de emboscadas, através de “judicioso aproveitamento do terreno e do emprego de táticas de guerra nativas brasileiras, caracterizadas pela persistência contínua.

Como a observação atenta de um soldado em sentinela, a insistência castrense é, portanto, o talento que todo militar precisa desenvolver em seu favor e em prol da Força Terrestre.

Portanto, finalizar com perfeição um semestre profissional é missão vantajosa e favorável para todos nós e nossas famílias.

Mais do que um “ponto final” silencioso no período laboral, o recesso escolar é tão apenas um “ponto e vírgula” ou “reticências” temporárias em nossa perpétua vigilância, preço justo da autêntica liberdade.

Ademais, quando dizem que vale a pena esperar o final do almoço para alcançar a sobremesa, há razão nisso; quando nos ensinam a não sairmos do estádio de futebol antes do apito final do árbitro, entendemos igualmente as razões de tal conselho; frequentemente, as últimas cenas de um bom filme explicam e redimensionam as incógnitas do suspense, sobretudo se for exibida a “A Paixão de Cristo”.

De igual forma, as missões militares só findam quando o comandante libera sua tropa vitoriosa!

Em recente palestra proferida no Teatro General Leônidas (AMAN), o distinto palestrante noticiou-nos uma interessante informação: a de que a Diretoria de Efetivos e Controle de Movimentações (DECEM) desempenha também a missão de ATRAIR,

RETER E MOTIVAR todos os efetivos em nossa Força Terrestre. Missão deveras intrigante!

Se, por um lado, estão claras as razões pelas quais um exército forte, pressuroso em agrupar

para si as tropas mais valentes, disciplinadas e adestradas, tem de investir em metodologias e

recursos capazes de atrair, reter e motivar homens e mulheres ao cumprimento de árduas missões, por outro lado, entretanto, fica algo suspenso no ar como pergunta existencial: a quem caberá, em primeiro lugar, a responsabilidade de deixar-se atrair pela nobreza da profissão castrense? Quem deverá, enfim, alimentar a chama da paixão pelo dever de manter-se em prontidão diuturna para o bom serviço militar? As respostas a tais questões não podem ser outra, senão esta: compete primeiramente ao militar manter bem adestrada a sua alma dentro de um corpo são, habilitado e bem treinado.

Se “é sublime saber amar (e) com a alma adorar a terra onde se nasce” , lembremos que tal “adoração” nutre-se apenas daquela seiva de um amor único, pessoal e límpido, e não só da atenta, preciosa e útil motivação institucional da DECEM.

“A prontidão pessoal depende sobretudo de cinco dimensões, às vezes chamadas de pilares: física, emocional, social, espiritual e familiar. Manter comportamentos saudáveis dentro dessas dimensões e entre elas é essencial para a prontidão pessoal”. São elas queperfazem o rico patrimônio individual do mais hígido e louvável profissionalismo militar.

O nosso autoaperfeiçoamento (formação permanente) do eterno soldado de Caxias começa quando cada um decide, nos recônditos da própria alma convicta, e promete-se: “Sim, eu preciso e quero ampliar e otimizar o meu desempenho pessoal”. Não se trata, por óbvio, de aparentar motivações e talentos inexistentes, nem de simular capacidades particulares fantasiosas; as autênticas motivações heroicas não emergem daquele velho hábito de viver se comparando ou competindo contra este ou aquele militar da mesma Arma, Quadro, Serviço ou Seção, em busca de elogios ou aplausos. Hábitos desse baixo quilate desaguam, quase sempre, no mar salgado da inveja.

É preciso considerar atentamente o fato de que “como soldados, muitas vezes treinamos os elementos físicos, táticos e técnicos de uma performance, mas negligenciamos o treinamento de nossas mentes para nos ajudar a executar no mais alto nível. Os profissionais de alto desempenho executam hábitos de forma consistente e atingem seu potencial máximo5

Então, se em algum momento de sua carreira, caro leitor, por qualquer razão, fraquejar-lhe o entusiasmo indispensável à profissão, siga as recomendações que, certa vez, se ouviu de um antigo coronel: Idem. “Na iminência de ver fraquejar o ardor profissional, traga seu espírito a vagar pelos lugares onde sua têmpera foi forjada.

Passeie pelas alas, entre em forma no velho pátio, mire-se nas águas do Alambari; ande pela Cancela Vermelha, Membeca, Boa Esperança e Barragem, escute as canções, vibre com os brados, ouça as vozes de comando, converse com seus instrutores, alegre-se com seus companheiros e, sobretudo, contemple as Agulhas Negras.

Você se verá repontado novamente em direção à alegria de servir ao Exército e ao Brasil”.

Que belas palavras de fogo!

Almejamos, então, que nossa singular VIBRAÇÃO não dependa exclusivamente dos sinceros e dispendiosos esforços da DECEM. Que a indispensável e suficiente vibração desperte o nosso íntimo a cada alvorada ou antes dela, reverberando profundamente no coração cada grupamento dos soldados de Caxias.

Finalmente, peço perdão pelo jogo linguístico, mas o devo proclamar:

Que nenhum militar espere da DECEM aquilo que depende primariamente DE SI.

Assim convictos, supliquemos que descenda sobre nossas famílias abundantes bençãos de paz, alegria e saúde. E que o Bom Deus a todos nós abençoe imensamente!

DEUS SEJA SEMPRE LOUVADO

Pe. Uyrajá LUCAS Mota Diniz – Maj SAREx

Capelão da AMAN

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