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O LÍDER E A GESTÃO DA ANSIEDADE- Mens. Cap. Militar

  • Publicado: Quarta, 02 de Agosto de 2023, 19h47
  • Última atualização em Quarta, 02 de Agosto de 2023, 19h48

“Na guerra, a natureza é neutra, porém ela se torna uma aliada poderosa se você puder lidar com ela, e o inimigo não”. Com estas palavras o Gen Douglas MacArthur, Chefe Militar no Teatro de Operações do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, referiu-se ao sucesso do Comitê Consultivo Combinado para Medicina Tropical, por ele criado a fim de combater à malária que vinha dizimando a sua tropa. Um princípio de bastante sabedoria é conhecer as intempéries naturais da vida e fazer com que as suas forças sejam direcionadas a nosso favor. Este princípio se aplicou ao combate no Sudoeste do Pacífico, e se aplica também às forças que muitas vezes militam dentro dos nossos peitos.

O líder é um individuo que está em posição de destaque. A ele são direcionados os olhares dos seus liderados, que dele esperam ordens e ações que lhes conduzam seguros até o objetivo final da equipe. Em inúmeras ocasiões este líder terá que administrar questões pessoais e íntimas dos seus liderados. Assim, ao líder compete desenvolver a habilidade de gerir emoções. Contudo, o primeiro campo de atuação desta gestão é a própria alma do líder. Líderes em qualquer área, seja na caserna ou em quaisquer outras instituições, enfrentam situações de pressão, responsabilidades e imperativas tomadas de decisões. Esses enfrentamentos levam qualquer um à experiência natural da ansiedade.

Todos, de alguma forma ou em algum grau, já foram tomados por aquele aperto acelerado no peito e um frio vazio na barriga, acompanhados por uma série de pensamentos recorrentes, os quais parecem ter vida própria e insistem em discutir conosco. A energia produzida pela ansiedade é grande. Quando este sentimento extrapola o seu nível natural, o indivíduo torna-se seu refém e é levado a ações e reações desproporcionais. O líder fica sem capacidade de oferecer respostas razoáveis às demandas próprias da sua função. Surgem, assim, os prejuízos: Baixas médicas, desatenção nas atividades, risco à segurança e integridade pessoal e da sua equipe, baixa produtividade, declínio do rendimento escolar/intelectual, negligência com as necessidades dos seus liderados, dentre outros muitos danos.

 Diante deste cenário, proponho pensarmos na Gestão da Ansiedade, considerando que esta é uma reação da natureza humana, da qual não podemos fugir, a partir do escrito paulino exposto na Carta aos Filipenses, que diz: “Não andem ansiosos por coisa alguma; antes sejam as vossa petições em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças. E a paz que excede todo entendimento, guardará os vossos corações e mentes em Cristo Jesus. Quanto ao mais, tudo que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama, virtuoso e louvável, que isto ocupe os vossos pensamentos” (Filipenses 4.6-8). Deste inspirado texto, podemos depreender alguns princípios para a Gestão da Ansiedade. São eles:

 

  1. CLASSIFIQUE AS SUAS REAIS DEMANDAS – A ansiedade pode aparecer manifestar-se de duas formas: Preocupações realistas ou angústias infundadas. John Maxwell, autor de várias obras na área de liderança, enfatiza a importância de reconhecer e admitir a ansiedade como preocupação. Isto leva a forcar no que pode ser controlado ao invés de se angustiar excessivamente com aquilo que está além do nosso controle. Neste momento pesamos no que realmente deve concentrar a nossa preocupação e qual a ordem de prioridades.
  2. EMPREENDA ESFORÇO PROPORCIONAL A CADA DEMANDA – O apóstolo Paulo apresenta três níveis de dificuldades e a energia que cada uma delas demanda (ação de graças, oração e súplica). A fim de reduzir a ansiedade e aumentar a eficácia nas ações, empreenda mais energia nas áreas mais críticas, reduzindo a sobrecarga e o gasto inútil de forças.
  3. OCUPE A MENTE COM PENSAMENTOS QUE GERAM AÇÕES POSITIVAS FRENTE ÀS DEMANDAS – As nossas ações são determinadas pelos nossos pensamentos. A ansiedade, muitas vezes, está relacionada ao medo do fracasso ou de não estar à altura das expectativas. Assim, selecione os pensamentos que podem impulsionar ao conhecimento e às ações resolutivas.
  4. INCLUA A PRÁTICA DA ORAÇÃO NA ROTINA DAS DEMANDAS – A prática da oração durante a rotina, além de elevar a nossa espiritualidade, nos disciplina a estabelecer em nossa rotina diária um tempo de parada e arejamento mental. Nestas horas refletimos sobre os nossos padrões de pensamentos e comportamentos, falamos com Deus e somos levados a desviar o olhar do foto das tensões.

 Com estes princípios temos as ferramentas para lidarmos com o natural fenômeno da ansiedade de forma que a sua energia seja usada em nosso favor.

           Que o Senhor dos Exércitos nos ajude. 

“No bom combate da fé!”

Pr. Émerson Couto Profírio – Cap

Capelão Militar da AMAN

 

 

 

 

              

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