A QUEM HONRA, HONRA!

Na epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo, tratando do conceito de autoridade e obediência, escreveu: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram instituídas por ele” (Romanos 13.1). No entendimento paulino, que tem como arcabouço histórico-teológico a Torah, a autoridade é uma instituição divina dada aos homens com o fim de manter a ordem social e o consequente bem-estar do povo. De certa forma, o conceito de autoridade, como um atributo divino, encarna naquele que é por ele revestido um pouco da divindade. Isto seria responsabilidade suficiente para pôr sobre os ombros dos chefes um grande peso, que não quaisquer homens podem suportar, mas somente aqueles que verdadeiramente se comprometem com o servil cumprimento desta missão.

É para o bem do povo que a autoridade exerce o seu poder. Quanto mais se ascende aos postos superiores tanto mais responsabilidades e sacrifícios lhe são impostos. Portanto, é sob esta forte influência conceitual que entendemos a autoridade como serva de todos. Assim, o apóstolo Paulo acrescenta: “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra” (Romanos 13.7). Os senhores que aqui se encontram, gastam as vossas vidas neste mister, por isso, são dignos de toda honra, e os nossos jovens Cadetes, a razão de ser desta grande Escola de Líderes, são preparados para darem continuidade ao serviço desta autoridade. Como disse John Calvin Coolidge, trigésimo presidente dos Estudos Unidos: “Nenhuma pessoa jamais foi honrada por algo que recebeu. A honra foi a recompensa por algo que doou”. Quem doa de si, se dispondo a servir a uma nação, a uma instituição, a um grupo de pessoas ou a um indivíduo que seja, não o faz na intenção de receber honra em troca, mas, e tão somente, por amor à missão de servir. Servir é a grande honra do líder.

O líder que é honrado pelos seus superiores, pares e subordinados é nitidamente destacado por ações cotidianas de desapego e generosidade: pela prontidão em responder aos anseios dos que sobre ele exercem autoridade, não se importando nestes momentos em ser coadjuvante; pela fraternidade com a qual ombreia os seus iguais, não se furtando em até recuar, algumas vezes, pelo crescimento do outro; e pela disposição contínua e sempre renovada de contribuir para o máximo desempenho daqueles que estão sob as suas ordens, não negligenciando a atenção às necessidades e urgências dos mais fracos. Desta forma, senhores, rogo ao Senhor dos Exércitos, o qual compartilha convosco o exercício da autoridade, que vos dê perene disposição em exercer uma chefia servil. Rogo que a cada um dos senhores jamais falta uma lâmpada acesa sobre os vossos entendimentos, a lâmpada da justiça e da perfeição. Rogo, ainda, que os laços fraternos de unidade sejam cada vez mais firmes nesta digna equipe, a fim de que nós, os que aos senhores se subordinam, tenhamos dias de muito trabalho e sucesso.

Que em tudo isso aprendamos dia-a-dia o que Cristo quis ensinar ao afirmar: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos 20:35).

Que Deus vos abençoe!

“No bom combate da fé!”

Pr. Émerson Couto Profírio – Cap

Capelão Militar da AMAN