O fim se aproxima, persista além da fadiga
Há um texto no livro do profeta Daniel, que narra uma batalha na qual Satanás tentava impedir o socorro celeste ao profeta, até que o arcanjo Miguel, ser angelical relacionado a batalhas, entrou nesta luta, e a vitória final de Daniel foi então alcançada. O texto diz: “O príncipe do reino da Pérsia lutou contra mim durante vinte e um dias. Mas Miguel, um dos anjos-chefes, veio me ajudar, pois eu estava lutando sozinho, e obtive a vitória” (Daniel 10.13).
Daniel não tinha, até então, conhecimento de que no mundo espiritual uma luta se travava contra ele, mas, uma coisa ele fazia, persistia diante da adversidade. Durante vinte e um dias (literais ou não) ele manteve-se firme. Imaginem se, por conta da fadiga, tomado pela desesperança e desatenção, no vigésimo dia ele desistisse. Havia um tempo completo e determinado para o fim daquela batalha. Foram necessários vinte e um dias, nem mais nem menos.
No turbilhão da vida cotidiana, envoltos em questões particulares e na rotina da Academia, somos constantemente confrontados por situações que testam a nossa determinação. A jornada militar nos impõe desafios físicos, intelectuais, relacionais e emocionais que, se não administrados corretamente, podem minar a nossa resistência. As nossas demandas são, tantas vezes, prolongadas batalhas prontas a nos exaurir quaisquer capacidades de prontidão.
Quando o ano vai se aproximando do seu ocaso, depois de tantas demandas, o corpo e a mente começam a ser assediados por uma terrível adversária chamada fadiga. Ela se manifesta de diversas formas, incluindo diminuição de energia, irritabilidade e incapacidade de lidar com tarefas cotidianas, que em situações normais não teríamos nenhuma dificuldade. A persistência é um atributo que se desenvolve justamente nesta hora, quando a fadiga ameaça se instalar
O texto sagrado dá-nos uma boa instrução para persistirmos além da fadiga. O bom militar tem a mentalidade de continuar mesmo quando as forças parecem se esgotar. É preciso exercitar a fé, fé como entidade espiritual que nos leva a crer no que transcende, na ajuda divina, e fé na missão, como uma entrega devota ao compromisso firmado com a nossa instituição e as nossas equipes. Camaradagem e apoio mútuo também são recursos essenciais à persistência. Estamos todos militando juntos pelo sucesso da nossa Academia. Ninguém luta só ou fica para trás.
O fim do ano se aproxima, persistamos além da fadiga. Como escreveu o Capelão Gaston Coutois: “Continue até que tenha obtido o resultado. Não se deve abandonar nada enquanto não se chegou ao fim”. Nesta semana coroaremos um ano de persistência e vitória entregando mais quatrocentos e quarenta novos Aspirantes ao nosso Exército. Sigamos firmes sem nos abatermos pela fadiga!