“No bom combate da fé!” Pr. Émerson Couto Profírio – Cap
EXÉRCITO BRASILEIRO: BRAÇO FORTE E MÃO AMIGA
Bom dia, senhores! Que a paz de Cristo, o Salvador, repouse sobre cada um de vós concedendo-lhes sabedoria no exercício das vossas atribuições ao longo destes dias.
Nesta semana que nasce, lembramos que em 19 de Abril de 1648, em terras pernambucanas, nos arredores do morro de Guararapes, hoje município de Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, brancos, negros e indígenas uniram-se para expulsar o invasor holandês, que desde 1630, em virtude de questões políticas envolvendo Portugal, Espanha e Países Baixos, ocupara Pernambuco, estendendo-se da foz do São Francisco, nos estados de Sergipe e Alagoas, até os limites do Ceará, naquilo que ficou conhecido como o Nordeste Holandês. A política econômica da Companhia das Índias Ocidentais fora o estopim que conduziu ao levante destas três raças, que compuseram o arcabouço sociocultural do povo brasileiro, e resultou na expulsão do invasor das terras brasileiras.
O evento nascedouro do Exército se mistura à própria noção de nacionalidade brasileira. Se hoje falamos de um país unido de rica e variada cultura, no qual elementos de origem europeia, africana e indígena se fundiram, Guararapes tem grande parcela nesta unidade. Não podemos falar em construção da nação brasileira e da identidade do nosso povo sem tocar na história do nosso Exército. Ali, em terras pernambucanas, nascia um Exército com vocação para unidade. Anos de história mostraram que este país de dimensões continentais deve também à Força Terrestre a sua coesão, o que se evidencia no título que acompanha o seu patrono, “O Pacificador”. Um só povo, um só Exército.
Se por um lado o Exército Brasileiro contribuiu com a unidade nacional, por outro, é o Brasil e a sua diversidade cultural, generosa terra mãe, que enriquece o nosso Exército, doando-lhe os seus filhos de todos os rincões desse país. Patrícios de variadas expressões de fé e gostos, todos irmanados numa única missão. Quando nesta semana celebramos o Dia do nosso Exército, é para todos um grande privilégio fazê-lo aqui, na nossa Academia, a sua alma mater, na mesma semana que também festejamos o seu natalício. Ao olharmos para cada jovem Cadete vivifica-se em nossos corações a chama da perpetuação de toda esta história e a certeza de que o nosso invicto Exército estará sempre em boas mãos. Diante disso tudo, resta-nos oferecermos em gratidão ao nosso Exército o nosso melhor todos os dias. Como disse o Marechal José Pessôa, no seu Discurso aos Cadetes: “Devemos aceitar o Exército como a Nação pode tê-lo, mas é dever ainda maior redobrar esforços para colocá-lo à altura de sua elevada missão”.
Que as ricas bênçãos de Deus sejam derramadas sobre todo o Exército de Caxias nestes dias de celebração. E que pela graça divina sejamos sempre ao povo brasileiro o seu “Braço Forte e Mão Amiga”.
“Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a batalha e os meus dedos para a guerra” (Salmo 144.1,2).
“No bom combate da fé!”
Pr. Émerson Couto Profírio – Cap
Capelão Militar da AMAN