Mensagem do Capelão Militar_ Padre Lucas
Graça, saúde e paz da parte de Deus.
Saudações!
“O ditador alemão Adolf Hitler havia cometido suicídio em 30 de abril de 1945, e seus representantes finalmente concordaram em assinar a rendição incondicional em 7 de maio, na cidade francesa de Reims, perante o general Dwight Eisenhower, comandante das tropas aliadas”.
Paradoxalmente, como costuma acontecer nos momentos axiais da história, foi durante a noite, precisamente às 23 horas e 01 minuto (horário de Berlim), do dia 8 de maio de 1945, que o mundo viu nascer uma nova aurora: o Dia da Vitória,
consagrado como a data militar mais significativa no último século2.
“Horror e Holocausto” são as duas palavras por meio das quais a Enciclopédia da História Mundial tenta definir o que representaram aqueles 6 anos de guerra, durante os quais 17 milhões de vidas pereceram, ceifadas impiedosamente pela
reluzente foice da morte. Refletir sobre os horrores da guerra e acerca da importância da paz mediante a cooperação internacional, faz-se hoje necessário em vista da construção de um mundo justo e solidário. O indelével momento da rendição alemã decretou cronologicamente mais que o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa; simbolizou também o início de uma nova marcha da humanidade: a busca por novos fundamentos nas relações internacionais entre as nações; a ampliação dos anseios por uma nova ética na imposição da força militar segundo interesses legítimos; e o surgimento de atores e forças inéditas no diálogo mundial, em prol da manutenção da paz.
Tem-se ali o fim do conflito que deixou um rastro de destruição material, econômica, social, cultural e moral em vários países, bem como um perene apelo à busca de uma nova ordem pacífica, a ser obtida meios mais racionais.
Há 78 anos, portanto, as forças aliadas equipadas pela expressão de força política e bélica dos Estados Unidos, Reino Unido, França e União Soviética, apesar de seus interesses múltiplos e pouco símiles, puderam celebrar a conquista da vitória sobre as forças do Eixo, lideradas pela Alemanha então nazista. A derrota daquela primeira forma de nazismo significou o fim do perigoso extremismo da superioridade racial, base teórica ideológica que motivou tantas ações abomináveis e os diversos crimes perpetrados contra imensas parcelas frágeis da humanidade.
O Dia da Vitória é, portanto, um momento épico a ser lembrado como símbolo da resistência dos homens de bem contra maléficos regimes autoritários, e celebrado como modelo de luta pela liberdade verdadeira e ícone da vitória de certa concepção da democracia, vislumbrada sobre as sobras e os escombros de uma era que findava.
Temos hoje a oportunidade de exaltar a participação do Brasil no fatídico evento e a consagração de nossos tão caros valores militares e cívicos. No calor daqueles combates, nunca suficientemente descritos, emergiram militares de magnitude ímpar e inesquecíveis heróis de nossas Forças Armadas, sobretudo de nosso Exército.
Exaltemos neste dia a ética e a moral da vitória, aprimoremos a gestão dos valores e dos talentos humanos na conquista de grandes objetivos na paz ou na guerra e, sobretudo, procuremos semear diariamente no coração dos homens e mulheres de nosso tempo uma imponente verdade: muito se perde com a guerra e sempre mais ganha-se com a
paz.
Que a fé seja nosso armamento diário em busca de novas vitórias almejadas, na lide quotidiana de nossa Organização Militar, pois “todo aquele que nasceu de Deus vence o mundo. Esta é a vitória que
vence o mundo: a nossa fé” (I Jo 5,4).
Enfim, para materializar a cordial homenagem aos irmãos militares que desposaram a Arma de Cavalaria, comemorada no próximo dia 10, valeria lembrar o famoso dito de Ronald Duncan, que resume: “Onde, senão no cavalo, encontramos
nobreza sem arrogância, amizade sem inveja e beleza sem vaidade”.
Que a nobreza, a amizade e a humildade perfaçam o brilho das esporas de nossos irmãos de farda cavalarianos!
Sinceros parabéns aos dedicados discípulos de Osório, o Legendário Marquês do Herval.
Abençoada semana a todos!
DEUS SEJA LOUVADO
Padre Uyrajá LUCAS Mota Diniz – Maj SAREx
Capelão da AMAN